Idosa de 85 anos consegue título de bacharel em direito em Feira de Santana: ‘Meu objetivo sempre foi ajudar alguém’

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Uma aposentada de 85 anos concluiu o curso de bacharel em direito, em uma faculdade particular em Feira de Santana, município a cerca de 100 Km de Salvador. Avelina Conceição Vaz entrou na faculdade em 2017 e se formou no mês de setembro. No período que esteve estudando, revela ter passado por dificuldades, mas nada que a impedisse de seguir para alcançar o sonho.

Avelina é viúva e mãe de quatro filhos. Ela conta que, juntamente com o marido, batalhou para educar e auxiliar a todos. Quando perdeu o companheiro, teve que trabalhar ainda mais para manter a família.

“Nunca foi fácil, quando meu marido faleceu me tornei chefe de família. Fui trabalhar, mais ainda, para ajudar os filhos na escola. E graças a Deus, todo mundo fez sua faculdade”, conta.

Ao longo da vida, Avelina trabalhou como aposentada e técnica em enfermagem. Ela conseguiu concluir um curso técnico quando os filhos já estavam adultos. Entretanto, o seu maior sonho era ter uma formação de nível superior.

No começo do ano 2000 ela se aposentou. Já em 2017, decidiu estudar e fazer a prova do Enem para tentar uma vaga em uma universidade. Foi aprovada no curso de direito, curso que ela nem acreditava que poderia ser aprovada.

Dificuldades

Em 2019, Avelina conta que teve um grave problema de saúde e precisou ficar internada por 21 dias. Mesmo assim, não desistiu dos estudos.

“Não desisti porque eu já tinha começado e estava focada no que queria fazer. Além disso, meu objetivo sempre foi de poder ajudar alguém, principalmente os menos privilegiados”, ressalta.

A aposentada enfrentou ainda outro duro golpe durante a formação acadêmica. Em 2020, quando estava na fase de produção do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Avelina perdeu o filho mais velho, de 59 anos, vítima de um câncer.

Outra dificuldade foi causada pela pandemia de Covid-19, quando o ensino passou a ser remoto. Avelina teve que aprender a usar o computador para acompanhar as aulas. Ela conta que não sabia nada de computação e não conseguia nem pedir ajuda aos colegas, devido a necessidade de isolamento social.

“Foi muito difícil. Além de não ter familiarização nenhuma com o computador, do início até aqui, fique sem poder ir até o pessoal e sem o pessoal poder vir até mim por causa da pandemia estava em estado agravante”, lembra.

Apesar de tudo, ela conseguiu encarar as adversidades e, ao final de cinco anos, concluiu a formação. Ela recebeu nota máxima no TCC e foi oradora da turma. Avelina já está matriculada na pós-graduação e se prepara para fazer a prova da Ordem do Advogados do Brasil.

Exemplo

A história de Avelina é um exemplo para a neta, Eloá Vaz, que ainda está só começando a vida universitária.

“Ver a minha avó nos estudos, desde a época que ela estava estudando para o Enem, sempre me motivou a ser bem mais”, ressalta.

Mas não apenas para os membros da família, pois colegas de curso e de toda a faculdade conhecem e respeitam a aposentada.

“Temos que ser muito fortes para poder ser como ela, que persistiu, mesmo com todas as dificuldades,. Então quando eu me via passando por alguma dificuldade pensava ‘se a dona Avelina consegue eu também consigo”, ressalta a bacharel em Direito e colega de Avelina, Ana Valéria Araújo.

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