O Brasil venceu a Sérvia por 2 a 0 nesta quarta-feira, no estádio Spartak de Moscou, pela última rodada do grupo E, e se classificou para as oitavas de final da Copa do Mundo Rússia 2018. Como primeiro da chave, a seleção enfrentará o México, que avançou em segundo lugar no grupo F depois de desbancar a atual campeã, Alemanha.
Logo no início da partida, Tite perdeu Marcelo, machucado. Segundo informações do departamento médico, o lateral-esquerdo sofreu um espasmo na coluna e já foi medicado. É o quinto jogador da equipe acometido por lesão nesta Copa. Filipe Luís entrou em seu lugar e teve atuação segura, assim como todo o sistema defensivo brasileiro – apenas sete faltas e nenhum cartão amarelo. Apesar da perda de um de seus principais jogadores, o Brasil comandou as ações no primeiro tempo e abriu o placar aos 35 minutos. Paulinho, em sua jogada característica, infiltrando pelo meio, aproveitou ótima enfiada de bola de Philippe Coutinho para encobrir o goleiro Stojkovic. Ele é o volante com mais gols pela seleção (13 em 53 jogos). Ganha confiança após um início de Copa apagado.
No segundo tempo, o Brasil apresentou um lapso de instabilidade e viu a Sérvia dominar momentaneamente o meio-campo. Thiago Silva, em mais uma performance impecável na defesa, salvou a rebatida de Alisson ao evitar o gol de Mitrovic. Se a dupla do Barcelona protagonizou o primeiro gol, foram os jogadores do PSG que aproveitaram seu entrosamento para tirar a seleção do sufoco. Neymar cobrou escanteio no primeiro pau para o zagueiro subir mais que a zaga sérvia: 2 a 0, aos 22 minutos.
Enquanto a Sérvia padecia com a falta de inspiração de suas referências técnicas, como Milinkovic-Savic, Tadic e Matic, o Brasil aproveitou a vantagem no marcador para consolidar seu jogo coletivo. Casemiro foi enorme em meio aos gigantes sérvios. Tomou conta de seu setor e encaixou bons passes na saída de bola. Mais acionados, Willian e Gabriel Jesus novamente destoaram. Coutinho manteve o alto nível, dividindo com Neymar a função de criar as principais jogadas ofensivas. O camisa 10, por sua vez, parecia outro jogador. Menos pilhado e individualista, quase sempre fazia as melhores escolhas. Em vez de reclamar com a arbitragem e buscar o contato com os adversários, o craque priorizou o jogo coletivo e, quando decidia partir para cima, abria clarões na defesa sérvia. Também causava pequenos estragos, como o chapéu sobre Ljajic seguido de uma arrancada ao seu estilo pela esquerda. Embora não tenha marcado, se mostrou muito mais objetivo e perigoso.
Com a vitória, o Brasil chegou aos sete pontos e terminou na liderança do grupo E. A Suíça, que empatou com a Costa Rica, se classificou em segundo lugar, com cinco pontos, e pega a Suécia nas oitavas. Ainda sem encantar, a seleção brasileira segue em seu caminho de gradativa evolução para encarar um México que ainda não passou da primeira (e única) boa impressão, diante dos alemães. Mesmo que por linhas tortuosas, um duelo previsto antes das imprevisibilidades darem o tom nesta Copa.