A discussão de moralidade, ao julgar o destino da natureza, agrega o impacto de mecânica da economia, como já registrado em fase anterior, quando o quadrúpede passou a ser sacrificado em valas, por meio de armas de fogo. Explicava-se a brutalidade pela substituição dos atributos de mobilidade por veículos a motor mais rápidos e de maior poder de mercado, como as motocicletas.
O interesse dos asiáticos interrompeu, provisoriamente, este tipo de “jumentocídio” verificado em grande parte do interior do Nordeste, no entanto agora os mamíferos passaram a ser capturados e mortos em alta velocidade, considerando a capacidade de reprodução.
A obviedade da injustiça chamou à ação entidades antiespecistas, defensoras do convívio entre pessoas e bichos, questionando privilégios do “Homo Sapiens”, por força do capital, ao ultrapassar o dogma da racionalidade.
Agora, aberto o debate com maior consistência, devido à decisão dos desembargadores, pode-se acrescentar o aspecto cultural, relacionado aos afetos de comunidades nas quais o animal é um dos mais queridos, reforçando a sensação da “fraternidade” capaz de unir a cidadania ao companheiro de longa data.
Fonte: Atarde