O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em um pronunciamento nesta terça-feira (24) que “é hora de agir” contra o lobby de empresas de armas no país.
“Como uma nação, nós devemos nos perguntar ‘quando é que vamos nos opor ao lobby das armas?'”, disse em discurso na Casa Branca. “É hora de agir”.
A fala ocorre poucas horas depois que um homem de 18 anos abriu fogo contra alunos de uma escola de ensino fundamental de Uvalde, no Texas, matando 19 crianças e uma professoras.
“Eu esperava que, quando me tornasse presidente, não tivesse que fazer isso de novo”, disse Biden visivelmente abalado. “Pais que nunca verão seus filhos novamente.”
O democrata pediu ainda que os americanos pressionem seus representantes no Congresso para que deixem de barrar as votações de propostas que podem limitar o acesso às armas.
Desde que assumiu a presidência dos EUA, Joe Biden tem advogado contra a venda de armas e pede maior controle federal sobre o tema.
No ano passado, Biden chegou a apresentar uma proposta limitando o acesso, mas o assunto no país é bastante polarizado e o direito de portar armas está na 2ª Emenda da Constituição americana.
Sempre que o estado tenta controlar o acesso a este tipo de equipamento, grupos lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.
Lobby é um modelo institucionalizado de negociação desde a Constituição de 1791 nos EUA, prática regularizada, e que permite que grupos defendam seus interesses diante dos órgãos públicos.
Ataque no Texas
Um tiroteio em uma escola de ensino fundamental no Texas, Estados Unidos, deixou 19 crianças e duas professoras mortas, informaram as autoridades americanas. O incidente foi registrado na escola Robb Elementary, na cidade de Uvalde, a 130 km de San Antonio, nos estado do Texas.
O caso já é considerado como o mais mortal dos EUA desde o massacre na escola Sandy Hook, em Connecticut, que deixou 26 pessoas mortas – 20 crianças entre 6 e 7 anos e seis adultos – em 2012. O criminoso foi identificado pelas autoridades como Salvador Roma, de 18 anos. Ele morreu após o ataque.
Cada vez mais comum
Tiroteios em massa têm se tornado mais comuns nos EUA e o número de casos como esse tem aumentado nos últimos anos.
Em 2021, foram 34 ataques em escolas, o maior número registrado desde 1999 – quando iniciou a série histórica –, segundo levantamento do jornal “The Washington Post”.
Não há um balanço oficial do governo americano que registre o número de ataques com armas em escolas do país.
Criança em meio a policias após tiroteio em escola de ensino fundamental do Texas, nos EUA, em 24 de maio de 2022 — Foto: REUTERS/Marco Bello