O Natal é uma das mais importantes datas festivas do cristianismo, sendo celebrado anualmente no dia 25 de dezembro. Nessa festa é comemorado o nascimento de Jesus Cristo, evento que aconteceu em Belém, na Palestina, no ano 1 d.C. Acredita-se que a comemoração do Natal tenha sido criada pela Igreja Católica como forma de enfraquecer outras festividades pagãs.
O Natal é enxergado, por aqueles que não são cristãos, como uma festa que passa a mensagem de amor ao próximo e de união. É comum que famílias e amigos reúnam-se para a ceia de Natal, realizada geralmente na véspera (noite do dia 24).
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Origem do Natal
Existe muito debate sobre a origem do Natal entre os estudiosos desse assunto. A falta de documentação acaba dificultando o trabalho dos historiadores, mas com base em algumas informações descobertas, foi possível formular algumas teorias para responder às dúvidas a respeito dessa festividade.
O que se sabe atualmente é que o Natal, enquanto comemoração cristã, não existia até o final do século II d.C., provavelmente até o final do século III d.C.. Na época, existia uma discussão entre os grandes nomes do cristianismo sobre a data do nascimento de Cristo, mas nenhuma delas mencionava o dia 25 de dezembro.
Então, como o dia 25 de dezembro acabou abrigando a comemoração pelo nascimento de Cristo? A resposta dada pelos historiadores é que a escolha da data, provavelmente, foi uma reação da Igreja Católica contra festividades pagãs. No caso do dia 25 de dezembro, uma festa importante acontecia nessa data nos tempos do Império Romano.
Essa festa era uma celebração ao Sol Invencível ou Sol Invicto, um deus romano que teve um festival criado para si em 274, por ordem do imperador Aureliano. O culto ao Sol Invencível acabou associando-se diretamente com o culto à Mitra, deusa persa que era muito popular nas terras romanas, fazendo com que a celebração no dia 25 de dezembro se tornasse especial.
Os historiadores acreditam que o Natal acabou sendo estabelecido no dia 25 de dezembro para enfraquecer essa celebração pagã dos romanos. Isso porque, como mencionado, até o final do século II, ninguém acreditava que 25 de dezembro era o dia do nascimento de Jesus (outras datas eram estipuladas na época).
Acredita-se que o 25 de dezembro foi convencionado como comemoração do nascimento de Cristo pelo papa Júlio I, que determinou a comemoração do Natal nesse dia em 350. O primeiro documento escrito que consta o Natal em 25 de dezembro é de 354.
Símbolos do Natal
O Natal é atualmente uma das grandes festas religiosas do Ocidente. Sua comemoração tem características em comum, mas, claro, também incorpora especificidades de região para região. Os símbolos natalinos são parte importante da tradição natalina e possuem tanto origens cristãs quanto origens pagãs.
Os símbolos natalinos foram surgindo em diferentes momentos da história, mas remontam, principalmente, à Idade Média e à Idade Moderna, períodos em que o Natal já tinha ganhado uma importância considerável no calendário litúrgico do cristianismo. Entre os símbolos natalinos, os grandes destaques são o Papai Noel, o presépio e a árvore de Natal.
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Papai Noel
O Papai Noel é um dos grandes personagens da comemoração não religiosa do Natal. Na tradição natalina, acredita-se que o Papai Noel visita as casas na véspera de Natal para deixar presentes para as crianças bem-comportadas. Esse personagem se origina de traços da cultura cristã e pagã que se misturaram ao longo da história.
A origem cristã do Papai Noel remonta a um bispo cristão que viveu na Ásia Menor entre os séculos III e IV d.C.: São Nicolau. Esse bispo ficou conhecido por ser extremamente generoso, tendo uma vida marcada por obras de caridade, socorrendo os pobres. Por outro lado, há uma tradição que liga o Papai Noel a Odin, deus da mitologia nórdica que era conhecido pelos povos germânicos como um deus que presenteava as crianças na véspera do Yule (pode ser chamado de Jól), festival que acontecia no solstício de inverno no norte da Europa.
Com a cristianização do norte da Europa, houve uma fusão das crenças que envolviam Odin e São Nicolau. Na Holanda, a cristianização deu origem ao Sinterklaas (remete a São Nicolau ou Santa Claus, no inglês). Essa lenda foi levada à América por imigrantes holandeses. Na década de 1930, a Coca-Cola pegou a história sobre o Papai Noel e popularizou-a em suas peças de publicidades, fazendo com que a fama do Papai Noel se espalhasse pelo mundo, consolidando sua forma e suas cores atuais.
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Árvore de Natal
A árvore de Natal, por sua vez, é inteiramente pagã. Trata-se de uma tradição que se popularizou na cultura europeia e permaneceu sendo realizada mesmo com a cristianização da Europa. As árvores na Antiguidade eram utilizadas por diferentes povos como decoração ou como parte de seus rituais religiosos.
No que se refere à árvore de Natal, os historiadores remontam sua origem ao Yule, o já mencionado festival religioso realizado pelos nórdicos no solstício de inverno, portanto, bem próximo ao 25 de dezembro. Os historiadores não sabem quando essa tradição restrita aos germânicos e nórdicos popularizou-se, o que se sabe é que, no final da Idade Média, já havia vestígios de casas com árvores decoradas.
A prática então se espalhou pelo norte da Europa, chegando aos países bálticos e permanecendo como tradição na Escandinávia e na Alemanha. A partir da Idade Moderna, a prática de decorar árvores (o pinheiro) no interior da residência, ficou bem popular e, por intermédio dos ingleses, acabou espalhando-se pelo mundo.
Ainda no século XIX, os alemães criaram as bolas de Natal, que passaram a ser parte da decoração da árvore natalina. Antes era comum utilizar maçãs e nozes para a decoração das árvores. As bolas de Natal eram produzidas de vidro.
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Presépio
O presépio é parte da decoração natalina, sendo encontrado, principalmente, em igrejas. Esse item da decoração de Natal é inteiramente cristão e foi criado por São Francisco de Assis, em 1223. Nessa ocasião, São Francisco de Assis estava no interior do território italiano, pregando o cristianismo para os camponeses.
Na ocasião do Natal de 1223, para facilitar a compreensão de sua pregação, São Francisco de Assis montou o primeiro presépio, utilizando-se de argila e de animais de verdade. A prática acabou espalhando-se por toda a cristandade europeia com o passar do tempo.
Todos os cristãos comemoram o Natal no dia 25 de dezembro?
Não, somente os católicos e protestantes, isto, é, os cristãos ocidentais comemoram o Natal no dia 25 de dezembro. As igrejas cristãs orientais, como a ortodoxa e a copta, comemoram o Natal no dia 7 de janeiro. Essa diferença explica-se pelo diferente calendário que os cristãos ocidentais usam no calendário litúrgico.
No Ocidente, é utilizado o calendário gregoriano; no Oriente, é utilizado o calendário juliano. O primeiro surgiu no século XVI por intermédio do papa Gregório XIII, e o segundo é um calendário fundado por Júlio César no século I a.C.
Fonte: mundoeducacao