Especialista em comércio exterior explica quais desafios as empresas enfrentam devido aos conflitos
Desde o final de 2023, o Porto do Pecém tem testemunhado um aumento notável nos custos de transporte, tornando-se cada vez mais oneroso para as empresas utilizarem essa via de comércio. As causas desse aumento estão intrinsecamente ligadas à seca no Canal do Panamá, localizado na América Central, e aos conflitos na região do Canal de Suez, situado no Oriente Médio.
E em meio aos desafios enfrentados pelo setor logístico global, as empresas nacionais estão sentindo os impactos diretos das tarifas comerciais decorrentes dos ataques e conflitos no Mar Vermelho. O aumento significativo nas tarifas está afetando tanto as importações quanto as exportações, gerando preocupações crescentes entre os operadores comerciais.
Para o especialista em comércio exterior e Diretor da AGL Cargo, Jackson Campos, além do desvio em si, a situação desencadeia um efeito dominó preocupante. Ele ressalta que esse cenário provavelmente resultará em um aumento significativo no trânsito de navios, agravando os gargalos e contribuindo para a escassez de container.
“Os recentes aumentos nas tarifas comerciais são um golpe duro para as empresas nacionais, especialmente aquelas que dependem fortemente do comércio internacional. É fundamental que as autoridades adotem medidas rápidas e eficazes o quanto antes para aliviar essa pressão e garantir a competitividade das empresas no mercado global”, destaca e complementa Campos.
Embora os dois eventos possam parecer desconexos à primeira vista, ambos desempenham um papel vital na logística global. Os canais servem como pontes importantes entre os principais portos do mundo, conectando oceanos e mares e facilitando o transporte de cargas em todos os continentes.
A seca no Canal do Panamá compromete a capacidade de passagem de navios, resultando em atrasos e custos adicionais para as empresas que dependem dessa rota. Por outro lado, os conflitos na região do Canal de Suez têm gerado instabilidade e interrupções no tráfego marítimo, ampliando ainda mais os desafios logísticos e elevando os custos operacionais.
“A interrupção do fluxo comercial devido aos conflitos no Mar Vermelho está causando estragos nas cadeias de suprimentos globais. As empresas agora enfrentam o desafio de encontrar rotas alternativas viáveis e estratégias de transporte que minimizem os impactos financeiros dessas tarifas crescentes”, enfatiza o especialista.
O especialista ainda acredita que os setores químico, farmacêutico e têxtil, principalmente a indústria que utiliza matérias-primas vindas da Índia, Sri Lanka e Bangladesh, sentirão os maiores efeitos.
Enquanto isso, as empresas estão sendo forçadas a buscar rotas alternativas e estratégias de transporte que minimizem os impactos financeiros dessas tarifas crescentes.
Fonte: bnews.com.br