A necessidade e a busca por um emprego está, cada vez mais, afligindo as pessoas, que no afã pela colocação no mercado de trabalho e a manutenção do mesmo procuram se doar o máximo do seu potencial, sem, contudo, se preocupar com os limites da saúde mental.
Neste mister, excedem a jornada normal de 08 horas de trabalho, prestam serviços além de até 12 a 14 horas semanais, de forma contínua, com intervalos ínfimos ou inexistentes, para bater metas com o objetivo precípuo sempre de atender os interesses pessoais e empresariais.
Assim, começam a surgir sintomas, muitas vezes deixados de lado para continuar a rotina exaustiva e absurda já estabelecida.
Aos poucos, estes profissionais vão desenvolvendo as síndromes que afetam a saúde mental e comprometem a qualidade de vida e bem estar.
A síndrome mais conhecida é a denominada síndrome de burn out, caracterizada, pelo esgotamento extremo e desmotivação no trabalho. Essa condição vai além do cansaço habitual, ela se manifesta como uma exaustão incapacitante, prejudicando de maneira significativa a saúde mental dos indivíduos e, consequentemente, a produtividade nas organizações.
Recentemente, de acordo com o Jornal o Globo, foi criado pelos psicólogos alemães Timo Schiele e Bert Te Wildt e descrito pela primeira vez em 2021, a síndrome de burn on é caracterizado por uma depressão mascarada, uma exaustão depressiva crônica. Dores no pescoço, nas costas, na cabeça, bruxismo e perda da esperança são os primeiros sinais.
Enquanto os pacientes com burnout precisam tirar licença médica do trabalho e tem direito a benefício previdenciário, quem tem burn on não para nunca, apesar de também ser uma doença do trabalho. “Os pacientes estão sempre à beira de um colapso, mas seguem em frente e cultivam, por trás de um sorriso, um tipo diferente de exaustão e depressão”, explicou Wilt.
“Além das comorbidades psicológicas e doenças secundárias, como depressão, ansiedade ou vícios, também acreditamos que os afetados podem sofrer cada vez mais de fenômenos psicossomáticos, como pressão alta, e suas possíveis consequências”, diz Schiele.
Assim, o burn on é menos evidencia e de difícil conhecimento do que o burn out, sendo necessário a verificação das mudanças comportamentais no ambiente de trabalho e familiar. Para conseguir escapar dessa vida frenética e tensão crônica constante, é necessário, primeiramente, reconhecer o problema, através de um psiquiatra,
Segundo o especialista, “o primeiro passo no tratamento, como costuma ser o caso, é se tornar consciente do problema. As pessoas com síndrome de burn on com frequência aparentam estar funcionais, motivo pelo qual costumamos nos basear em relatos de familiares ou pessoas próximas. É também importante refletirmos sobre nossos próprios valores pessoais”, explicou o autor ao jornal alemão Deutsche Welle.
Entrementes, em ambas as síndromes a recomendação é buscar ajuda médica e diminuir o ritmo, com técnicas e atividades física e de relaxamento.