Na Amazônia, dinheiro dá em árvore

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Um dos maiores e mais diversos biomas do planeta, a Amazônia é um rico patrimônio natural, social e cultural do Brasil e do mundo. Abrigando milhares de espécies de fauna e flora, além de diversas etnias de povos originários, o bioma desempenha um papel crucial para a estabilidade climática global, a regulação do ciclo da água e a manutenção da biodiversidade. Esses serviços ecossistêmicos são essenciais para pilares básicos do funcionamento e desenvolvimento de todo o país, como a agricultura, a geração de energia e a saúde pública.

Preservá-lo, portanto, é uma demanda crucial para que o Brasil alcance seus compromissos com um desenvolvimento mais sustentável, mitigando as causas, efeitos e prejuízos das mudanças climáticas. Mas esta não é uma tarefa fácil, já que ainda há uma exploração econômica pautada em atividades que levam à sua degradação, como o desmatamento ilegal, a comercialização de animais silvestres, incêndios florestais e disputas fundiárias. Ações de fiscalização e repressão são necessárias, mas, numa região tão extensa, já se provaram insuficientes.

Para que haja uma virada de chave e que as estratégias de preservação da Amazônia sejam, de fato, efetivas, é preciso considerar a motivação que hoje leva à sua degradação: o lucro. Não é possível negar a demanda econômica da sociedade e, sobretudo, dos entes privados. Nesse sentido, torna-se necessário estimular, engajar os diversos públicos e conscientizar toda a sociedade civil de que a floresta de pé vale mais do que a floresta derrubada. E esse é um dos principais pilares da 5ª fase do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em 2023 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em colaboração com outros ministérios e municípios.

O PPCDAm baseia-se na premissa de que o desenvolvimento da bioeconomia, a conservação da floresta e a inclusão social das populações locais são indissociáveis. Com isso, o plano aponta alguns caminhos que podem inspirar como o país pode e deve promover um desenvolvimento mais sustentável, destacando-se: a importância de impulsionar atividades econômicas baseadas na preservação ambiental e na inclusão social; a gerência do tema de maneira transversal; a articulação de setores públicos e privados; e a utilização de estratégias de comunicação capazes de informar e engajar os diferentes setores da sociedade. Desse modo, é possível romper com a lógica de que preservação ambiental e desenvolvimento econômico são antagônicos – afinal, dinheiro pode (e deve) dar em árvore.

*Luiza Mattei: Com MBA em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular e formada em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Luiza acumula ampla experiência nas áreas de marketing, gestão de projetos, ESG e comunicação social. Atualmente, é Diretora de Projetos da Aganju e coordena projetos de sustentabilidade e comunicação propositiva, aliando criatividade com coerência, responsabilidade e impacto positivo.

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