Gabriela Sá
Desenvolvimento Humano & Felicidade
Quantas vezes você já se encontrou em um buraco? Cercado por desafios e problemas que pareciam não ter fim? Talvez tenha desistido da dieta após alguns dias de excessos e pensado: “Já estraguei tudo, não adianta mais”. Ou quem sabe faltou à academia por vários dias seguidos, até se convencer de que só conseguiria retomar na próxima semana. Esse comportamento é mais comum do que imaginamos, mas também mais perigoso do que percebemos.
A famosa frase de Charlie Munger, “Se você se encontra em um buraco, a escolha mais sábia é parar de cavar”, revela uma grande verdade sobre a nossa natureza humana. Quando cometemos um erro ou falhamos em nossos objetivos, a tendência é nos acomodarmos, pensando que é mais fácil continuar no erro do que fazer o esforço necessário para mudar. E é aqui que muitos de nós ficamos presos em ciclos de autossabotagem.
Nosso corpo e mente têm uma predisposição biológica para economizar energia, algo que nos servia bem em tempos de escassez e necessidade de sobrevivência. Mas, no contexto moderno, onde a escassez de recursos não é mais um problema diário, essa predisposição se torna uma grande sabotadora. Continuamos em relacionamentos sem diálogo, em empregos que não nos fazem felizes, ou acumulando erros simplesmente porque já começamos a “cavar” e não sabemos como parar.
Voltemos ao exemplo da academia: depois de faltar por três dias, o pensamento pode surgir: “Já perdi o ritmo, então por que não faltar a semana toda?” Nesse momento, a constância se torna um fator chave. Constância não significa ser perfeito o tempo todo, mas sim a capacidade de retornar rapidamente ao caminho certo após um erro. Ela é a habilidade de parar, refletir e tomar uma ação positiva, sem se deixar paralisar pelo erro.
A verdadeira sabedoria está em perceber que, muitas vezes, o mais difícil não é apenas parar de cavar o buraco, mas sim encontrar a coragem e o impulso para sair dele. Como Munger nos ensina, a decisão de interromper o ciclo de falhas é, na maioria das vezes, a chave para começar uma verdadeira transformação.
Então, te convido a refletir: quantas vezes você já cavou seu próprio buraco, acreditando que não valia a pena parar? E, mais importante ainda, você está vivendo essa situação agora? Se sim, lembre-se: constância não é perfeição. É a capacidade de parar, respirar, aprender com o erro e dar o próximo passo na direção certa. Que tal fazer isso hoje?