O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou alta de 1,31% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior aumento para um mês de fevereiro desde 2003 e o maior patamar geral desde março de 2022, quando o IPCA subiu 1,62%.
O resultado representa uma forte aceleração em relação a janeiro, quando a inflação foi de 0,16%. No acumulado do ano, o IPCA já soma alta de 1,47%, e, em 12 meses, o índice chegou a 5,06%, ultrapassando o teto da meta do Banco Central (BC), que é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
Grupos que mais pressionaram a inflação
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta em fevereiro, mas os destaques foram Habitação (4,44%), Educação (4,70%) e Alimentação e bebidas (0,70%). O grupo de Habitação foi o que mais impactou o índice geral, com contribuição de 0,65 ponto percentual (p.p.), impulsionado principalmente pela alta de 16,80% na energia elétrica residencial.
A alta na energia elétrica reflete a normalização das contas de luz após o desconto do Bônus de Itaipu em janeiro, quando houve deflação de 14,21%. Além disso, a taxa de água e esgoto subiu 0,14%, influenciada por reajustes em cidades como Campo Grande e Belo Horizonte.
O grupo de Educação teve a maior alta percentual (4,70%), com reajustes nas mensalidades escolares, especialmente no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%). Já o grupo de Alimentação e bebidas desacelerou em relação a janeiro, mas ainda registrou alta de 0,70%, com destaque para o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%).
Outros destaques
No grupo de Transportes, os preços subiram 0,61%, influenciados pelo aumento dos combustíveis. Já o índice de difusão do IPCA, que mede a dispersão da inflação, caiu para 61% em fevereiro, ante 65% em janeiro, indicando que a pressão inflacionária foi mais concentrada em determinados itens.
A inflação de fevereiro ficou em linha com as expectativas do mercado financeiro, que projetava alta de 1,30%. No entanto, o resultado reforça os desafios para o controle da inflação, especialmente diante dos reajustes tarifários e da volatilidade nos preços de alimentos e energia.
Fonte: Correios24Horas