Análise: Bahia tem paciência como virtude para vencer o Boston e ir à fase de grupos da Libertadores

0
18

O que faltou ao Bahia em pontaria, sobrou em paciência. Esse foi o roteiro do jogo em que o Tricolor só marcou um gol, mas finalizou 23 vezes e venceu o Boston River para garantir a vaga na fase de grupos da Libertadores. Com bola no pé, o time de Rogério Ceni superou a tensão que ameaçou tomar conta da Fonte Nova e confirmou a classificação.

Depois da atuação sonolenta no Uruguai, Rogério Ceni abriu mão dos três zagueiros, mandou Gabriel Xavier para o banco de reservas e escalou Gilberto na lateral direita. O recado estava dado: o treinador aceitou correr um pouco mais de risco na defesa em troca de estar presente com mais força no campo de ataque.

E foi exatamente isso que aconteceu. O Bahia ficou mais exposto, sofreu alguns contra-ataques e levou mais sustos que em Montevideo. Mas também atacou com mais frequência na comparação com o jogo de ida.

O que o treinador não contava era com uma noite de tão pouca eficiência dos seus meio-campistas e atacantes. O primeiro tempo terminou com 12 finalizações do Bahia, mas só três delas na direção do gol. Depois do apito final, os números registravam 23 finalizações, com cinco certas. E um gol, é claro.

Lucho Rodriguez em Bahia x Boston River — Foto: Jhony Pinho/AGIF

Lucho Rodriguez em Bahia x Boston River — Foto: Jhony Pinho/AGIF

E os números poderiam ser ainda maiores se os meias se aproximassem de Lucho, que passou boa parte do jogo isolado dos companheiros de time. Pelos lados do campo, Erick Pulga sofreu com a marcação dobrada e produziu pouco. Ademir também teve dificuldade, mas conseguiu gerar mais volume pela direita.

  • Bahia em fase ofensiva contra o Boston River;
  • Gilberto faz a saída de três jogadores com os zagueiros;
  • Juba ganha liberdade para circular entre meio de campo e ataque; o gol sai de um cruzamento do lateral.
Jean Lucas comemora gol do Bahia na Fonte Nova — Foto: Reproduçao X

Jean Lucas comemora gol do Bahia na Fonte Nova — Foto: Reproduçao X

O Bahia voltou para o segundo tempo com a mesma escalação, mas a partida ganhou um novo ingrediente: a tensão. O time passou a errar mais, a transição defensiva sentiu esse efeito, e os uruguaios estiveram muito perto de marcar em um contra-ataque aos dez minutos.

E foi justamente quando o jogo ameaçou ganhar contornos de drama que o Bahia acertou o pé. Ou melhor, a cabeça. Foi pelo alto que o Tricolor achou o caminho do gol. Luciano Juba, discreto no primeiro tempo, mostrou muita qualidade para fazer cruzamento na cabeça de Jean Lucas.

O Bahia já era superior ao Boston River, e o gol trouxe a tranquilidade que o time precisava para evitar qualquer susto na Fonte Nova. Depois de abriu o placar, o Tricolor não sofreu novos contra-ataques. A pressão no ataque deu lugar ao controle do jogo, e Rogério Ceni manteve o mesmo time em campo até os 36 minutos do segundo tempo, quando fez quatro mudanças de uma só vez

Mudanças de Ceni no segundo tempo:

  • Michel Araujo no lugar de Ademir;
  • Iago Borduchi no lugar de Luciano Juba;
  • Willian José o lugar de Erick Pulga;
  • Erick no lugar de Jean Lucas.

As mudanças serviram mais para renovar o gás do time que para mudar o cenário dentro de campo. Os minutos finais foram de controle do Bahia, que mesmo quando o Boston foi para o tudo ou nada, conseguiu se defender bem e ainda teve uma chance clara para balançar as redes nos pés de Cauly.

Garantido na fase de grupos da Libertadores, o Bahia vai conhecer os próximos adversários na competição na próxima segunda-feira, data marcada para o sorteio da Conmebol.

Antes, os jogadores tricolores têm mais uma decisão pela frente, desta vez pelo jogo de ida da final do Campeonato Baiano, contra o Vitória. O Ba-Vi vai ser disputado neste domingo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, onde a bola começa a rolar a partir das 18h (horário de Brasília).

Fonte: Globo Esporte

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here