Trump assina decreto para baixar preço de medicamentos nos EUA

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Presidente dos EUA, Donald Trump, chega para pronunciamento na Casa Branca, em 12 de maio de 2025. — Foto: Nathan Howard/ Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (12) uma ordem executiva que determina a redução no preço de remédios nos EUA.

Trump disse que a nova ordem pode baixar em “até 90%” o preço de alguns medicamentos em seu país e afirmou que a medida obrigará farmacêuticas a aumentar o preço dos mesmos medicamentos em outros países, para compensar.

A nova ordem executiva — similar a um decreto — revive também uma iniciativa fracassada do primeiro mandado de Trump (leia mais abaixo).

“Nosso país tem os remédios mais caros do mundo. A partir de hoje, não toleraremos especulação das grandes farmacêuticas”, disse Trump durante pronunciamento na Casa Branca em que anunciou a ordem executiva, ao lado do secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert Kennedy Jr.

A medida orienta que farmacêuticas reduzam o preço de medicamentos até deixá-los semelhantes aos praticados “em outros países”, segundo Trump.

A ordem executiva também instrui o Departamento de Saúde e Serviços Humanos a regular o preço pago pelo governo dos EUA a medicamentos fornecidos pelo Medicare — seguro de saúde financiado pelo dos EUA que dá cobertura médica a maiores de 65 anos ou pessoas com problemas específicos de saúde.

A ordem assinada por Trump determina que o valor pago no Medicare seja o mesmo do menor preço pago pelo mesmo remédio em outros países.

“Instituirei uma POLÍTICA DE NAÇÃO MAIS FAVORITA, pela qual os Estados Unidos pagarão o mesmo preço que a nação que pagar o menor preço em qualquer lugar do mundo”, disse o presidente no domingo (11) em suas redes sociais, prometendo assinar a ordem na manhã de segunda-feira na Casa Branca.

O Medicare fornece seguro saúde para cerca de 70 milhões de americanos idosos.

“Nosso país finalmente será tratado de forma justa, e os custos com saúde de nossos cidadãos serão reduzidos em números nunca antes imaginados”, acrescentou Trump.

Remédios com preço reduzido

A ordem executiva não especifica quais remédios terão preço reduzido, mas a expectativa é que a redução afete apenas alguns medicamentos cobertos pelo Medicare direcionados para tratamentos de câncer e outros remédios injetáveis.

Reclamações sobre os preços altos dos medicamentos nos EUA, mesmo quando comparados com outros países grandes e ricos, há muito tempo atraem a ira de ambos os principais partidos norte-americanos, mas uma solução duradoura nunca foi aprovada pelo Congresso.

Segundo o decreto, o governo federal vincularia o que paga às empresas farmacêuticas por esses medicamentos ao preço pago por um grupo de outros países economicamente avançados — a chamada abordagem da “nação mais favorecida”.

Medicamentos mais comuns, vendidos em farmácias sem prescrição, provavelmente não serão cobertos pela nova ordem executiva.

Os beneficiários do Medicare são responsáveis ​​por arcar com parte dos custos para obter esses medicamentos durante as consultas médicas, e para os inscritos tradicionais do Medicare não há um teto anual para o valor pago.

Tentativa no 1º mandato

Em seu primeiro mandado, Trump tentou adotar a norma, mas nunca conseguiu aprová-la. No fim de sua primeira presdiência, ele chegou a assinar um decreto semelhante, mas uma ordem judicial posteriormente impediu que a regra entrasse em vigor durante o governo de Joe Biden, que o sucedeu.

A proposta deve enfrentar forte oposição da indústria farmacêutica.

As farmacêuticas já argumentaram que a tentativa de Trump em 2020 daria aos governos estrangeiros uma “vantagem” na decisão sobre o valor dos medicamentos nos EUA e diz atualmente que forçar preços mais baixos prejudicará os lucros e, em última análise, afetará a inovação e seus esforços para desenvolver novos medicamentos.

Um relatório do governo Trump durante seu primeiro mandato constatou que os EUA gastam o dobro do que alguns outros países para cobrir esses medicamentos.

No domingo, Trump voltou a mirar na indústria, escrevendo que as “empresas farmacêuticas/farmacêuticas disseram, durante anos, que se tratava de custos de Pesquisa e Desenvolvimento, e que todos esses custos eram, e seriam, sem qualquer motivo, suportados SOMENTE pelos ‘otários’ da América“.

Fonte: G1 Mundo

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