Biometria deverá ser cadastrada no aplicativo Meu INSS Crédito: Rafastockbr | Shutterstock
Depois do escândalo envolvendo descontos fraudulentos no saldo dos aposentados, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) adotou uma nova medida para combater casos semelhantes. A partir de agora, o órgão vai exigir identificação biométrica para liberar pedidos de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas.
A medida entra em vigor nesta sexta-feira (23). Agora, quem tiver interesse em obter um empréstimo com desconto direto no benefício terá que cadastrar a biometria no aplicativo Meu INSS, através da plataforma gov.br – é necessário ter nível prata ou ouro. A determinação foi publicada em despacho assinado pelo presidente do instituto Gilberto Waller Junior.
Antes, o benefício era desbloqueado e a biometria facial era obrigatória apenas para empréstimos tomados pelo aplicativo Meu INSS, no celular. Agora, qualquer situação que envolva empréstimo, mesmo que pelo computador, vai exigir a biometria.
O mecanismo de segurança também será exigido em outros procedimentos, como renovação e portabilidade. Com isso, é esperado que nenhuma outra fraude aconteça pelo computador ou outro dispositivo digital e que hackers sejam inibidos.
Descontos indevidos
O escândalo das fraudes se trata de um esquema de entidades sem estrutura que falsificavam assinaturas para vincular aposentados e realizar descontos ilegais. Inicialmente, a Controladoria-Geral da União (CGU) auditou 1,3 mil aposentados e 29 entidades, constatando que a maioria não reconhecia os descontos.
A Polícia Federal estima que foram movimentados pelo menos R$ 6 bilhões em fraudes contra aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024, por meio do INSS. Quem foi vítima, pode consultar o aplicativo Meu INSS para solicitar ressarcimento.
Pelo menos 1,84 milhão de aposentados já pediram devolução dos valores descontados de maneira ilegal. Desde o dia 14 de maio, o instituto enviou uma notificação para os beneficiários que tiveram descontos em nome de associações e entidades fraudulentas.
Fonte: Jornal Correio
