Guilherme Puliti*
Ao ocupar esse espaço, uma marca amplia sua visibilidade de forma quase orgânica. Com uma boa leitura do contexto, consistência de linguagem e um toque de sensibilidade cultural, é possível se destacar e gerar conexões genuínas. As redes democratizaram a exposição. As marcas menores, com poucos recursos, conseguem disputar atenção ao lado de grandes empresas, desde que saibam contar bem sua história e entender com quem estão falando.
Mas não basta estar visível. As marcas que crescem nas redes são aquelas que também se mostram humanas. Ao compartilhar os bastidores, posicionamentos, acertos e vulnerabilidades, elas constroem não só uma imagem, mas uma personalidade. E, nos dias de hoje, personalidade importa, pois é ela que sustenta o vínculo afetivo entre marca e consumidor. Quando nos identificamos com o jeito de falar, com os valores e com a estética de uma marca, a tendência é mantermos a relação, mesmo quando há outras opções no mercado.
Outro aspecto central é a possibilidade de interação em tempo real. O consumidor atual espera respostas rápidas, conversas verdadeiras e presença constante. As redes funcionam como canais diretos de contato e também como ferramentas de cuidado: quando bem usados, esses espaços aproximam, resolvem dúvidas, transformam reclamações em oportunidades e fortalecem a percepção de marca ativa, disponível e acessível.
Esse senso de proximidade também se desdobra em comunidade. Mais do que audiência, as marcas que performam bem nas redes constroem pertencimento, incentivam trocas, escutam feedbacks, celebram clientes reais, criam códigos em comum. O resultado é um ciclo de engajamento que vai além da lógica do consumo: é sobre fazer parte de algo, e isso tem um valor simbólico difícil de mensurar, mas muito poderoso.
É por isso que monitorar conversas, acompanhar menções e reagir com coerência também se torna essencial. As redes são, ao mesmo tempo, um espelho e um radar: mostram como a marca está sendo percebida e alertam sobre possíveis crises. Por isso que as marcas que se posicionam de forma transparente, que assumem erros e mantêm coerência entre discurso e prática, saem mais fortes. Já aquelas que se calam, se omitem ou contradizem seus próprios valores são, muitas vezes, rapidamente questionadas e expostas.
No fim das contas, as redes sociais não são apenas ferramentas de marketing: são territórios de construção simbólica. Ali, as marcas ganham forma, voz e presença. E aquelas que entendem o valor disso não só crescem, mas se mantêm relevantes, desejadas e, acima de tudo, conectadas com o tempo em que vivem.
*Guilherme Puliti é Diretor de Business Operation da Minimal Club
“Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Hoje em Dia”.
Fonte: Hoje em Dia