Fim do papanicolau? SUS troca troca exame por teste de DNA; entenda

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SUS terá mudança em exame – Foto: Reprodução | TV Brasil

Ministério da Saúde iniciou a distribuição progressiva do exame DNA-HPV, que será introduzido gradualmente como método principal para rastreamento do câncer do colo do útero na rede pública. A proposta, seguno o ministério, é substituir o tradicional exame de papanicolau, que passará a ser usado apenas para confirmar casos suspeitos.

Esse novo teste, iniciado na sexta-feira, 15, analisa 14 tipos de HPV de alto risco a partir da secreção coletada do colo do útero. O método promete maior precisão e permitirá um diagnóstico mais precoce da infecção.

O que é o HPV?

O papilomavírus humano (HPV) é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo. Pode causar lesões na pele da região genital, tanto em homens quanto em mulheres. Embora indolores, essas alterações são contagiosas e variam em forma e cor conforme o tom de pele da pessoa infectada.

Como os sintomas podem não se manifestar, a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção.

Como será feita a implantação?

Inicialmente, o novo exame será disponibilizado em uma cidade selecionada por estado:

  • São Paulo;
  • Rio de Janeiro;
  • Minas Gerais;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Pará;
  • Pernambuco;
  • Paraná;
  • Goiás;
  • Rondônia;
  • Rio Grande do Sul;
  • Distrito Federal.

A meta é que até dezembro de 2026, o exame esteja disponível em todo o país, alcançando cerca de 7 milhões de mulheres com idades entre 25 e 64 anos por ano.

Por que mudar o exame?

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil poderá implantar o DNA-HPV mais rapidamente que países como Reino Unido, Espanha e Portugal, que levaram cerca de três anos para completar a transição.

A iniciativa se apoia na estrutura de biologia molecular criada durante a pandemia de COVID-19, que agora será utilizada para acelerar os diagnósticos de HPV, permitindo início mais rápido do tratamento e redução da mortalidade.

Como funciona o exame DNA-HPV?

A coleta permanece semelhante à do papanicolau: é feita com material retirado do colo do útero. A diferença é que, agora, a amostra será armazenada em um tubo com líquido conservante e enviada a um laboratório, onde será feita a análise do DNA do vírus.

Essa tecnologia é capaz de identificar o HPV antes mesmo do surgimento de lesões, o que amplia as chances de tratamento precoce e reduz a necessidade de exames frequentes. Se o resultado for negativo, a mulher poderá refazer o exame somente após cinco anos.

O exame foi desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fiocruz, e passou por análise da Conitec, que considerou o método mais eficaz que o papanicolau.

Importância do novo rastreamento

Estudos indicam que o exame de DNA pode detectar o vírus até 10 anos antes das alterações que seriam visíveis em um papanicolau. Isso representa uma grande vantagem na prevenção e no combate ao câncer do colo do útero, o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil.

Dados do INCA apontam cerca de 17 mil novos casos por ano e 20 óbitos diários relacionados à doença, com incidência maior nas regiões Norte e Nordeste.

Vacinação também é essencial

Além do novo exame, o Ministério da Saúde destaca a importância da vacina contra o HPV, disponível no SUS. Ela é aplicada em dose única para meninas de 9 a 14 anos e também é oferecida a grupos prioritários até os 45 anos, como pessoas com baixa imunidade ou em tratamento contra o câncer.

A combinação entre vacina e rastreamento com DNA-HPV é vista como estratégia essencial para alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030.

Fonte: Acorda Cidade

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