Leitura pode aliviar estresse e solidão, mas exige cuidados Crédito: Freepik
Muito além do entretenimento, os livros vêm sendo usados como aliados no cuidado emocional. A biblioterapia, prática que conecta literatura e saúde mental, ganha cada vez mais adeptos ao redor do mundo.
A técnica envolve indicações personalizadas de leitura e promete acolher quem enfrenta ansiedade, depressão ou situações de vida desafiadoras. Mas especialistas alertam: nem sempre a terapia literária funciona da mesma forma para todos.

A Amiga Genial – Elena Ferrante por Reprodução / Amazon

Destinos e Fúrias – Lauren Groff por Reprodução / Amazon

Becos da Memória – Conceição Evaristo por Reprodução

As intermitências da Morte – José Saramago por Reprodução / Amazon

A Mulher Desiludida – Simone de Beauvoir por Reprodução

A Elegância do Ouriço – Muriel Barbery por Reprodução / Amazon
“Você pode respirar fundo e dizer: ‘Não estou sozinha nessa jornada’”, relatou à BBC Elizabeth Russell, que encontrou na biblioterapia um caminho para lidar com dores emocionais.
O que está por trás da biblioterapia
A biblioterapia não é novidade: foi usada até por soldados na Primeira Guerra. Hoje, ressurgiu em forma de consultas individuais ou listas oficiais de recomendações, unindo literatura e saúde mental.
Ao mergulhar em histórias, muitos leitores descobrem novas maneiras de lidar com a realidade. Pesquisas apontam que a ficção pode aumentar empatia e até reduzir sentimentos de solidão. Para alguns, é um alívio imediato.
Ainda assim, não se trata de um remédio universal. O impacto depende da obra escolhida e da relação emocional de cada leitor com o tema. Um livro pode curar, mas também pode trazer desconforto.
Os benefícios e os limites da leitura terapêutica
Estudos mostram que a leitura pode fortalecer vínculos sociais, aumentar autoconfiança e estimular a empatia. Crianças também se beneficiam, tornando-se mais expressivas e com menos comportamentos agressivos.
Mas nem sempre os efeitos são positivos. Relatos indicam que ficções sobre transtornos alimentares, por exemplo, podem agravar sintomas em leitores vulneráveis. Por isso, é essencial cuidado nas escolhas.
A biblioterapia deve ser vista como complemento e não substituto de tratamentos médicos. Seu potencial está em ser um recurso adicional, capaz de oferecer conforto quando bem orientada.
Como trazer os livros para o cuidado diário
Bibliotecas e clubes de leitura se tornaram pontos de apoio importantes. No Reino Unido, programas de biblioterapia já emprestaram milhões de livros para pessoas em busca de bem-estar.
Especialistas explicam que refletir sobre os livros em grupo amplia o efeito positivo. As histórias funcionam como ensaios seguros para enfrentar situações complexas da vida real.
E o mais importante: a leitura deve ser prazerosa. Se o livro causa incômodo, é hora de trocar. A força da biblioterapia está justamente em respeitar o ritmo e a necessidade de cada leitor.
Fonte: Jornal Correio