O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019. — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
O crescimento das exportações da China caiu em agosto para o menor nível em seis meses. A breve trégua tarifária com os Estados Unidos perdeu força, mas a demanda de outros mercados deu algum alívio ao governo, que tenta manter a economia apesar do baixo consumo interno e dos riscos externos.
No mês passado, as exportações da China cresceram 4,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados alfandegários divulgados nesta segunda-feira (8).
O resultado ficou abaixo da previsão de 5% em pesquisa da Reuters. Em julho, as vendas externas haviam subido 7,2%, superando as expectativas do mercado financeiro.
Já as importações cresceram 1,3%, após alta de 4,1% no mês anterior. Economistas haviam previsto um aumento de 3,0%.
O governo do presidente Xi Jinping espera que os fabricantes chineses diversifiquem destinos de exportação diante do tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump.
A estratégia busca ajudar Pequim a alcançar a meta de crescimento anual de 5% sem recorrer a novos estímulos fiscais de curto prazo.
O crescimento mais lento das exportações da China foi afetado pelo fato de agosto do ano passado ter registrado números altos, já que muitos fabricantes se adiantaram para enviar produtos antes da aplicação de tarifas por diferentes parceiros comerciais.
Enquanto isso, as exportações da China para os EUA despencaram 33,1% em agosto na comparação anual. Mas os embarques para países do Sudeste Asiático cresceram 22,5% no mesmo período.
Para minimizar o impacto das tarifas de Trump, os produtores chineses estão tentando vender mais para a Ásia, África e América Latina.
Mesmo assim, nenhum desses mercados tem o mesmo tamanho que os Estados Unidos, que compram mais de US$ 400 bilhões em produtos chineses por ano.
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Fonte: G1 Mundo