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Os marketplaces transformaram a forma de vender online. Atualmente, eles concentram milhões de consumidores e abriram espaço para que pequenos e médios vendedores alcançassem públicos que antes seriam inviáveis sem alto investimento em marketing ou logística.
No entanto, esse ambiente de oportunidades vem acompanhado de um desafio constante, uma vez que a concorrência é intensa, e a visibilidade é disputada a cada clique. Para o vendedor, sobreviver e crescer nessas plataformas significa entender como o mercado funciona e atuar de forma estratégica, indo além de simplesmente cadastrar produtos.
Com marketplaces já respondendo por mais de 67% das vendas globais de e-commerce, segundo relatório da BCG (2024), a excelência visual e a agilidade operacional tornaram-se fatores centrais de diferenciação competitiva, algo que impacta tanto grandes empresas quanto pequenos lojistas.
Ao contrário do que muitos imaginam, o sucesso dentro de um marketplace não depende apenas de oferecer preços baixos. A forma como o vendedor apresenta seus produtos, organiza seu catálogo e responde às avaliações pesa tanto quanto o valor final. Abaixo, apresento cinco dicas práticas para quem quer se destacar e manter relevância.
1. Entender a importância de palavras-chave, descrições de produtos, títulos e imagens
O primeiro desafio do vendedor é ser encontrado. A busca interna das plataformas depende de palavras-chave relevantes e bem-posicionadas no título e na descrição. Um título como “Liquidificador 900W, 5 velocidades, copo de 2 litros, preto” é mais eficaz do que “Liquidificador modelo XPTO” porque comunica características que o cliente procura e melhora a posição no resultado de busca.
A descrição precisa complementar o título com detalhes objetivos: potência, medidas, materiais, compatibilidade e instruções de uso. Informações claras reduzem dúvidas e devoluções, além de transmitir profissionalismo. Quanto mais a descrição reproduz a experiência de “pegar o produto na mão”, maior a confiança do cliente e menor a chance de arrependimento.
2. Imagens profissionais para gerar confiança e conversão
Se o título traz o cliente até a página, as imagens definem se ele permanece e compra. Ainda é comum encontrar fotos de baixa qualidade, como iluminação irregular, fundos coloridos e cortes inadequados, o que transmite amadorismo e aumenta a desconfiança do consumidor.
Hoje, com ferramentas de edição de fotos baseadas em IA acessíveis a qualquer vendedor, é possível obter imagens com a aparência de estúdio, algo que antes era restrito a quem tinha grandes orçamentos, sendo uma vantagem importante em um ambiente tão visual como o dos marketplaces.
Investir em boas fotos – fundo neutro, ângulos variados e closes de detalhes importantes – é uma ação relativamente barata que traz retorno direto em cliques e conversões. Vendedores que mantêm um padrão visual em todo o catálogo ajudam o cliente a comparar produtos com facilidade e criam uma sensação de consistência da marca.
Além disso, marketplaces costumam priorizar nos resultados de busca anúncios que cumprem requisitos mínimos de qualidade de imagem, o que torna essa prática um fator competitivo, e não apenas estético.
3. Acompanhar taxas de conversão e corrigir gargalos
Ter visitas não basta, é preciso transformar cliques em vendas. A taxa de conversão é um indicador central para avaliar a eficácia do anúncio. Muitos marketplaces oferecem relatórios sobre desempenho por produto, taxa de cliques, abandono de carrinho e impacto de promoções ou frete.
Se um anúncio tem tráfego alto, mas poucas vendas, algo precisa ser ajustado, podendo ser preço, frete, fotos, título ou descrição. Pequenas mudanças, como substituir a imagem principal por outra mais nítida ou destacar informações relevantes no título, podem destravar a decisão do cliente. O vendedor que acompanha essas métricas regularmente se adapta mais rápido que aquele que espera resultados do algoritmo.
4. Conhecer o público e planejar sortimento com base em dados
O comportamento de consumo no Brasil é marcado por diferenças regionais, sazonalidade e variação de renda. Vendedores que analisam seus próprios dados de vendas conseguem identificar padrões de demanda, como um produto que vende melhor no inverno do Sul, outro que dispara no início do ano letivo, ou itens sustentáveis que ganham força em capitais.
Com essas informações, é possível organizar estoque, ajustar preços e investir em promoções no momento certo, evitando desperdícios e aumentando a relevância da oferta. Essa visão estratégica é um passo importante para deixar o modelo de tentativa e erro e operar com planejamento.
5. Avaliações como ativo de reputação
As avaliações dos compradores são, na prática, a vitrine de reputação do vendedor. Boas notas e comentários positivos elevam a posição do anúncio nos resultados e influenciam novos clientes.
Incentivar clientes satisfeitos a avaliar é uma prática simples e eficiente para contrabalançar as avaliações negativas, que tendem a aparecer espontaneamente. Já as críticas devem ser respondidas com agilidade e cordialidade, mostrando compromisso com a satisfação do consumidor e disposição para resolver problemas. Uma reputação sólida reduz a resistência do cliente em pagar um pouco mais por um produto de um vendedor confiável.
Por fim, concluímos que a competição nos marketplaces não se resolve apenas com descontos. A verdade é que vender bem é uma soma de detalhes que constroem credibilidade e confiança no ponto de contato digital.
Vender bem exige anúncios que combinem títulos claros, descrições completas, imagens profissionais (agora potencializadas por ferramentas de IA), atenção às métricas de conversão, entendimento do público e gestão ativa das avaliações.
Os vendedores que tratam seus anúncios como uma vitrine profissional (e não apenas como um cadastro de produto) tendem a conquistar maior visibilidade e confiança, transformando visitas em vendas e fidelizando clientes. Em um ambiente saturado de opções, é essa atenção aos detalhes que garante vantagem competitiva sustentável.
Fonte: E-Commerce Brasil