Megaoperação Contenção no Rio de Janeiro – Foto: Mauro PIMENTEL / AFP
O Rio de Janeiro está em estado de guerra desde a deflagração da Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais para deter criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV) na última terça-feira, 28. Até o momento, 130 pessoas foram baleadas e ao menos 60 suspeitos foram presos.
Entre os criminosos capturados, 16 eram baianos, porém um acabou não resistindo aos ferimentos e morreu. De acordo com o Portal MASSA!, integrantes de vários locais da Bahia foram convocados para reforçar a facção na guerrilha que acontece no Rio de Janeiro.
Efeito nacional
Por mais que a ação ostensiva venha acontecendo no estado do Rio de Janeiro, o conflito armado pode afetar outros estados do Brasil, como a Bahia por exemplo. De acordo com o especialista em Segurança Pública, Luciano Pontes, os traficantes podem sair do Rio de Janeiro e buscar refúgio nas regiões Norte e Nordeste do país, aponta o Portal MASSA!.
“A Bahia se assemelha ao Rio, principalmente no aspecto geográfico. O Rio tem um relevo acidentado, com morros e baixadas — Salvador também. Aqui hoje temos vários territórios que já estão tomados pelas facções. Infelizmente, a polícia não tem condições hoje de fazer incursões nesses bairros que não sejam com um aparato de guerra”, iniciou.

Presos da Operação Contenção | Foto: Mauro PIMENTEL / AFP
Ainda segundo o pesquisador, o alto número de criminosos do CV presos ou mortos durante as ações representa somente um “enfraquecimento temporário”, e que a facção deve reestruturar antes de buscar um contra-ataque.
“De imediato, as facções não vão partir para ações. Elas deixam acalmar um pouco para depois tentarem recuperar o patrimônio perdido. Claro que agora vão contar com a narrativa de que ‘só inocente morreu’”, detalhou.
Reflexo na Bahia
Tal fato também foi ressaltado pelo pesquisador de Segurança Pública e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Misael França. Ele salientou que a morte e captura dos baianos no Rio de Janeiro pode geral represálias na Bahia.
“Então, essa disputa vai além do embate entre as próprias facções, entre sujeitos faccionados ou grupos rivais. Ela representa também uma guerra das facções contra o Estado — o Estado-polícia. A lógica é de guerra, de beligerância, entre os membros dessas facções e os policiais, principalmente aqueles que atuam diretamente no confronto”, afirmou.

Danos da Operação Contenção | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Somado a isso, Misael disse que as mortes no Rio de Janeiro. acarretando em um enfraquecimento do CV, pode levar que quadrilhas rivais se aproveitem disso e tentem investidas para dominar territórios.
“Todas as vezes que há um abalo em territórios conflagrados, dominados por organizações criminosas há um efeito, uma repercussão em outros locais. Aquilo que aconteceu no Rio de Janeiro certamente vai determinar atitudes e reorganização de grupos criminosos em outros estados da federação, retaliações às forças de segurança pública, tudo no contexto de guerra”, finalizou.
SSP-BA se pronuncia
Com os acontecimentos recentes, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), se pronunciou nesta terça-feira, 28, lamentando as mortes dos policiais, vítimas dos confrontos e garantindo que as ações vão seguir se intensificando em todo o estado.
“A Secretaria da Segurança Pública da Bahia se solidariza com os parentes, colegas e amigos dos policiais que foram mortos durante operação policial no Rio de Janeiro e ressalta que as ações de inteligência e de repressão qualificada contra as facções continuarão intensificadas em todo o território baiano. Destaca ainda que a integração entre os estados é imprescindível para desarticulação do crime organizado”, informou.
Fonte: A Tarde









