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O recuo do tarifaço, representado na retirada da sobretaxa de 40%, é motivo de comemorações – mais um, em curto período marcado por sensação de justiça e dever cumprido pelas instituições.
Café, carne bovina, frutas, cacau e açaí, entre outros, retornam à pauta de exportações com perspectivas de bons negócios para os investidores do agro.
A tarifa zero volta a ser praticada, graças ao desempenho firme e competente do governo federal, ao resistir à tentativa de barganha proposta inicialmente por Donald Trump, tentando salvar da cadeia quem, por mérito, foi enfim a ela destinado.
Diante de um resultado de tal sorte grandioso, nos ambientes da economia e do Judiciário, o presidente Lula aplicou seu habitual poder de síntese: “foi uma vitória do diálogo e da diplomacia”.
Sem dúvida, pode ser levado em alta conta o suposto perfil do “homem brasileiro”, firme a ponto de não se vergar a ameaças à soberania do pais.
Mantendo-se o adjetivo “cordial”, junto ao consagrado “jeitinho”, contrapôs Lula a clava forte de quem governa uma grande nação e não uma republiqueta sem eira.
Há de se louvar, não apenas a atitude do chefe de estado, mas de toda sua equipe de trabalho, no entanto, é possível lavrar um flagrante perfeito: a omissão de outros fatores importantes.
Dois deles estão conectados entre si: a inflação e a perda de popularidade do presidente estadunidense.
O impulso de tentar dobrar de joelhos o Brasil, visando uma mesquinha pressão para socorrer um condenado, impediu o governo Trump de calcular os efeitos inflacionários e sua correspondente erosão no eleitorado.
O recuo, portanto, ganha o perfil de uma manobra necessária para evitar novas derrotas fragorosas, a principal delas registrada em Nova Iorque – além de todo o desconforto, a eleição de um migrante.
Ao confessar uma “química” com Lula, o presidente dos EUA mostrou-se disposto a recuperar a lucidez, restando a gratidão por permitir revelar a torpeza de caráter de quem viajou para prejudicar o país – e hoje chora suas mágoas.
Fonte: A Tarde
