Portugal Crédito: Shutterstock
Portugal e Espanha foram atingidos nesta segunda-feira (28) por um apagão generalizado que começou por volta das 12h30 no horário local (7h30 em Brasília). Segundo a operadora de redes energéticas portuguesa REN, a causa da interrupção foi uma falha na rede elétrica espanhola, provocada por um fenômeno atmosférico raro conhecido como vibração atmosférica induzida. A normalização total pode levar até uma semana.
De acordo com a REN, “devido a variações extremas de temperatura no interior de Espanha, verificaram-se oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV), um fenômeno conhecido por vibração atmosférica induzida por Ging”. Essas oscilações resultaram em falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, o que desencadeou perturbações sucessivas na rede europeia interligada.
A empresa informou ainda que o restabelecimento completo da energia pode demorar até uma semana, em razão da complexidade do fenômeno e da necessidade de “equilibrar os fluxos elétricos internacionais”.
O corte de energia afetou toda a Península Ibérica, que inclui Portugal, Espanha, Andorra, Gibraltar e algumas regiões do território francês. Partes do País Basco, na França, também chegaram a sofrer breves interrupções.
A falta de energia causou transtornos em trens, linhas de metrô e aeroportos internacionais nos dois países. Em Lisboa, o aeroporto foi fechado e todos os voos foram cancelados, segundo informações preliminares. Relatos nas redes sociais apontam para a persistência da falta de luz em diversas cidades portuguesas.
Inicialmente, autoridades portuguesas chegaram a suspeitar de um possível ciberataque, hipótese posteriormente descartada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa.
A situação levou a uma corrida a supermercados em busca de alimentos enlatados e água, com filas de compra chegando a durar cerca de uma hora. A Unidade Local de Saúde Santa Maria, em Portugal, ativou seu plano de contingência às 14h locais, suspendendo todas as atividades programadas.
Em Madri, o Hospital La Paz opera atualmente com cinco geradores a diesel e mantém outros três em reserva, cuja autonomia máxima é de 12 horas. A direção do hospital solicitou caminhões-tanque para reabastecer os geradores caso o fornecimento de energia não seja rapidamente restabelecido.
Fonte: Jornal Correio