Nem toda gastrite é perigosa, mas alguns tipos exigem atenção redobrada Crédito: Freepik
A gastrite é uma inflamação comum no estômago, mas será que ela pode evoluir para câncer? Especialistas alertam que, embora nem toda gastrite seja perigosa, certos tipos e fatores de risco aumentam a chance de complicações.
O consumo de álcool, tabagismo e algumas infecções bacterianas podem transformar uma gastrite aparentemente simples em um alerta para a saúde gástrica. Reconhecer os sinais e buscar acompanhamento médico é essencial.
Nem toda gastrite leva ao câncer, mas a gastrite crônica atrófica merece atenção. Ela altera o revestimento do estômago, reduz a produção de ácido e cria condições favoráveis a lesões pré-malignas.
Tipos de gastrite e seus riscos
A gastrite erosiva provoca erosões no estômago, causando dor e desconforto, mas não aumenta diretamente o risco de câncer. Já a gastrite atrófica exige monitoramento rigoroso.
Essa forma de gastrite reduz o ácido gástrico e facilita alterações celulares que podem evoluir para carcinoma neuroendócrino, um tipo de câncer raro, mas perigoso.
Identificar a gastrite crônica atrófica precocemente é crucial. Endoscopias regulares ajudam a detectar alterações antes que se tornem malignas, aumentando a eficácia do tratamento e prevenindo complicações graves.
Infecção bacteriana: o inimigo silencioso
Uma das principais causas da gastrite crônica é a infecção por uma bactéria chamada Helicobacter pylori, que vive no revestimento do estômago. Ela se transmite principalmente pelo contato com alimentos, água contaminados ou utensílios mal higienizados.
A presença prolongada da bactéria causa inflamação persistente e pode aumentar o risco de alterações pré-cancerosas no estômago. Tratar a infecção diminui sintomas e protege contra complicações.
Exames simples, como testes de sangue, fezes ou endoscopia, permitem detectar a bactéria cedo. Com acompanhamento médico, é possível reduzir significativamente o risco de evolução para câncer gástrico.
Prevenção e cuidados diários
Evitar álcool, cigarro e o uso frequente de medicamentos anti-inflamatórios (como ibuprofeno e diclofenaco), conhecidos como AINEs, protege o estômago e diminui a chance de gastrite evoluir para situações graves.
Frutas, vegetais, fibras e alimentos frescos ajudam a manter o equilíbrio gástrico, enquanto ultraprocessados, embutidos e alimentos mal conservados aumentam o risco de lesões e inflamações crônicas.
Pacientes diagnosticados com gastrite devem seguir recomendações médicas, realizar exames periódicos e comunicar qualquer sintoma persistente, como dor intensa ou vômito com sangue, para evitar complicações.
Sinais de alerta que não podem ser ignorados
Dor abdominal intensa, fezes escuras, vômitos com sangue e perda de peso súbita são sinais que indicam necessidade imediata de avaliação médica. Ignorar esses sintomas pode atrasar o diagnóstico precoce.
Embora a gastrite por estresse não cause câncer diretamente, comportamentos associados, como uso excessivo de medicação ou tabagismo, podem aumentar o risco de complicações gástricas.
Alterações na dieta e no estilo de vida, combinadas com acompanhamento médico, podem reduzir significativamente o risco de evolução para câncer, tornando a prevenção acessível e eficaz.
Fonte: Jornal Correio