Após três anos fechado, lavagem e procissão marcam reabertura do Mercado de São Miguel, em Salvador

Uma missa foi celebrada às 8h, no Convento de São Francisco, com a procissão partindo às 9h.

Os fiéis percorreram as ruas do Pelourinho, e seguiram pelo Terreiro de Jesus, Igreja do Rosário dos Pretos e no Mercado Santa Bárbara, em direção ao Mercado São Miguel. Na sequência, houve também a lavagem feita pelas baianas.

O evento também marcou a inauguração do Altar dos Santos do mercado, onde ficarão expostas as antigas imagens do santo São Miguel do Arcanjo e Santa Bárbara, além de uma nova imagem do São Miguel, presenteada por um artista local para o mercado.

A reforma durou 11 meses e custou R$ 5,1 milhões para requalificação, de responsabilidade da prefeitura de Salvador. O novo equipamento tem uma área de 4.460 m², sendo 1.671 m² de espaço construído.

A estrutura original foi demolida e uma nova obra, praticamente do início, foi iniciada. O projeto é da Fundação Mário Leal Ferreira. Na entrada, existe uma rampa que leva aos boxes de artesanato do piso superior.

Embaixo, do lado esquerdo, foi criado um santuário para São Miguel e, mais à frente, um espaço para a capoeira.

O novo projeto ampliou também a parte externa e foi criada uma área de vegetação, um anfiteatro, passeio e uma garagem. Um piso de madeira leva ao pavimento dos fundos, onde ficam a maioria dos 40 boxes, oito bancadas de ‘hortifruti’ e seis restaurantes.

Além disso, há sanitários masculino, feminino e para pessoas com problemas de locomoção, e estacionamento com vagas para até 30 veículos. O equipamento funciona inicialmente de segunda a sábado, das 10h às 16h.

O Mercado São Miguel foi inaugurado em 1965, na gestão do então prefeito Nelson Oliveira, e a primeira permissionária Jacinta Maria, proprietária do restaurante mais antigo do Mercado, que hoje é comandado pelo filho, Derivaldo Santana, conhecido como Deco de Omulu.

A procissão com o andor e a imagem de São Miguel ocorre há quase 30 anos, sempre em 29 de setembro. E, nas palavras de Deco de Omolu, a ideia principal é manter a tradição da procissão e fazer da lavagem do Mercado São Miguel uma data importante para a cultura do Centro Histórico de Salvador.

A capelinha que foi retirada após a reforma do Mercado será reconstruída após o pedido dos antigos permissionários à prefeitura de Salvador. O equipamento antigamente integrava o Mercado São Miguel, sendo um elemento muito importante no antigo espaço, onde havia os atos de dos fiéis.

Na antiga capelinha haviam duas imagens dos santos católicos: a do São Miguel do Arcanjo, deixada pela mãe de Deco de Omolu, e a de Santa Bárbara, que tinha como responsável Cleodete Mesquita, conhecida como Loira, a segunda permissionária mais antiga do Mercado.