Em quase seis anos, o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, preso na semana passada, movimentou R$ 38 bilhões. Os dados de maio de 2015 a novembro de 2020 constam de documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) citados no relatório do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), no qual a prisão foi pedida à Justiça Federal.
O procurador da República Douglas Santos Araújo e o delegado federal Guilhermo de Paula Machado Catramby afirmam que as cifras são impressionantes.
O Relatório de Inteligência Financeira (RIF), segundo O Globo, aponta operações de Glaidson com pelo menos 8.976 pessoas — sendo 6.249 físicas e 2.727 pessoas jurídicas. Desde 2015, essa movimentação bilionária estava no radar da Polícia Federal, mas o cerco contra Glaidson se fechou em 28 de abril deste ano, quando foram apreendidos R$ 6,9 milhões em malas com os empresários Robermann Dias Guedes, José Augusto Mariano Fernandes e Helen Barbosa Pinto, que estavam prestes a embarcar em uma helicóptero fretado de Búzios para São Paulo.
Leia também:
Polícia Civil deflagra operação para combater esquema de pirâmide em Salvador
PF prende dono de empresa de bitcoin por suspeita de pirâmide financeira em mansão no Rio
Envolvido em fraude milionária da “pirâmide financeira” é preso em Itabuna
Glaidson, de 38 anos, que até 2014 era garçom, foi preso na última quarta-feira (dia 25) em sua casa na Barra, acusado de montar um esquema de pirâmide financeira em que prometia ganhos de 10% ao mês ao investir em criptomoedas. A mulher dele, a venezuelana Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, que é considerada foragida e está na lista da Interpol para a extradição.
A GAS atuava fortemente em Cabo Frio, na Região dos Lagos. De acordo com o MPF, ao citar o negócio de Glaidson, “o esquema criminoso está em franca operação e cresce em proporção geométrica”. Segundo o órgão, a GAS movimentou em 2018 pouco mais de R$ 1 milhão. No ano seguinte, o aumento nas contas da empresa foi exponencial: R$ 477.648.698,03 (crédito) e R$ 476.238.943,04 (débito). Já a movimentação financeira relativa a Glaidson, dizem os procuradores, foi de R$ 294.271.823,15 (crédito) e R$ 296.417.678,95 (débito)”.
De acordo com a Polícia Federal, com base em relatório da Receita Federal, “de maneira cabal, a dupla (Glaidson e a mulher) está fazendo uso de extensa rede de operadores para movimentar enormes quantidades de ativos, denotando, à primeira vista, possíveis delitos contra o sistema financeiro nacional, lavagem internacional de ativos, sonegação fiscal e organização criminosa”.
Classificação Indicativa: Livre
Fonte: BNews