A produção de artigos religiosos em Aparecida tem se intensificado conforme se aproxima o Dia de Nossa Senhora Aparecida, celebrado em 12 de outubro. No município do Vale do Paraíba, artesãs fazem desde escapulários e pulseiras até imagens da santa para serem comercializados nesta época do ano, em que aumenta o movimento de fieis na cidade.
A artesã Renata Aparecida da Silva é uma delas. Há 18 anos, ela vive da produção de escapulários da santa. Em 2018, começou a fazer também imagens da padroeira. Os principais clientes são comerciantes da cidade. Com a chegada da pandemia e o fechamento do comércio em 2020, foi a internet que salvou as vendas.
Para este ano, a expectativa é de melhora. Com o avanço da vacinação e a queda nos números da Covid-19, a Festa da Padroeira deve voltar a receber milhares de devotos na Basílica de Aparecida. Esperando esse aumento da demanda, Renata mudou a rotina. O expediente na casa dela está começando bem cedo, por volta das 6h e vai até meia-noite. Durante a produção, ela também vai fortalecendo a fé.
“Além de estar fabricando, eu vou conversando com ela. Pedindo não só para mim, mas para o mundo. Eu não sei onde tem alguém morando, mas ela sabe até onde vai. Pela TV, eu vejo que tem muita gente que gostaria de estar aqui, visitando ela, mas não tem condições. A pessoa não está levando uma peça de gesso, ela está levando a presença da mãe na casa dela”, comentou em entrevista à TV Vanguarda.
Para quem viu a renda cair durante a pandemia, a data pode ser ainda mais promissora. É o caso de Maria Valquíria Corsi, que perdeu o emprego há cerca de um ano e viu na confecção de pulseiras uma chance de recomeçar.
“Você começa a procurar o que fazer, porque estamos na pandemia, mas as contas… Fiz uma pulseira. Daí mostrei para uma cliente minha, ela gostou e, a partir daí, comecei a fazer. A partir de uma, hoje já tenho uns 15 tipos mais ou menos”, afirmou.
Maria Valquíria Corsi, artesã de Aparecida — Foto: André Bias/TV Vanguarda
A produção deu tão certo que, neste ano, ela precisou contratar mão de obra. Por semana, Valquíria entrega aos clientes cerca de mil pulseiras. Ela espera que este número aumente ainda mais.
“Creio que o turismo aqui em Aparecida vai aumentar. Está difícil, porque muita gente está recomeçando, muita gente está em situação complicada por causa da pandemia, mas creio que vai aumentar”, destacou Valquíria.