Trabalhadores domésticos protestam em frente ao condomínio da patroa suspeita de agredir babá que pulou de prédio

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Um grupo de trabalhadores domésticos fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira (1º) em frente ao condomínio onde mora Melina Esteves França, ex-patroa da babá que pulou do terceiro andar do prédio para fugir de agressões, no bairro do Imbuí, em Salvador.

Os manifestantes pediam punição e acusaram Melina de crimes como cárcere privado, retenção os bens da vítima, agressão física e trabalho análogo à escravidão.

O ato reuniu homens e mulheres de movimentos sociais da Bahia, e o diretor da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Francisco Xavier, afirmou que a manifestação serviria para mostrar que o trabalho doméstico é organizado. Segundo ele, somente na Bahia, a categoria é representada por mais de 500 mil pessoas.

A presidente da entidade na Bahia, Creuza Maria Oliveira, reforçou o que disse Xavier e acrescentou que era necessário fazer o ato para chamar a atenção da sociedade para o caso.

“A gente precisava fazer para chamar a atenção da sociedade, do condomínio e pedir condenação para a senhora Melina que praticou aquela violência contra a trabalhadora. E não foi só contra uma, foram 11. No caso da Raiane, precisou fugir e quase perdeu a vida”, declarou.

Até terça-feira (31), doze mulheres haviam registrado ocorrência contra Melina Esteves, segundo a Polícia Civil. Sete delas são apuradas na 12ª Delegacia Territorial (DT), em Itapuã, sendo que três ex-funcionárias já foram ouvidas na unidade. Na 9ª Delegacia, na Boca do Rio, cinco registros foram feitos.

Segundo o advogado que representa as ex-funcionárias de Melina, Bruno Oliveira, todas as denúncias são semelhantes. As mulheres alegam que ela praticava agressões físicas e ameaças, tomava aparelhos celulares, não obedecia horários acertados para o serviço e, em alguns casos, não pagou pelos dias trabalhados.

Relembre a história

O caso ocorreu na manhã de quarta-feira (25). Raiane Ribeiro pulou do terceiro andar para fugir de agressões. Ela disse também que era mantida em cárcere privado pela patroa Melina Esteves França.

Antes de pular, Raiana chegou a enviar uma mensagem de áudio pedindo ajuda aos familiares em um aplicativo de mensagens. No mesmo dia, ela recebeu alta médica, após ficar internada no Hospital Geral do Estado (HGE). A jovem sofreu fraturas no pé.

Raiana Ribeiro trabalhava como babá na casa de Melina há uma semana, cuidando das filhas trigêmeas dela. As crianças têm 1 ano e 9 meses de vida.

Melina Esteves França, ex-patroa da babá que pulou do terceiro andar do prédio em Salvador para fugir de agressões — Foto: Reprodução / TV Bahia

Na tarde de quinta-feira (26), Melina prestou depoimento por cerca de seis horas. Ao chegar no prédio onde mora, depois de ter saído da delegacia, ela foi vaiada pelos vizinhos.

Na sexta-feira (27), ao menos quatro ex-funcionárias de Melina prestaram depoimento à polícia e relataram ser vítimas de crimes semelhantes.

Na manhã de domingo (29), um grupo de pessoas se reuniu em frente ao prédio onde a babá pulou do terceiro andar. Assim como no ato desta quarta-feira (1º), eles fizeram uma manifestação de apoio à vítima e pediram justiça pelo caso.

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