Em recuperação judicial, Braskem mira venda para grupo petroleiro árabe

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Braskem vive momento conturbado após iminência de colapso de mina em Maceió

A petroquímica Braskem, controlada pela Novonor, está à venda há anos. O negócio é visto como crucial para a empreiteira, que está em recuperação judicial após as investigações da Operação Lava Jato. Mas a venda pode ficar mais difícil com o agravamento da crise ambiental em Maceió, capital de Alagoas. As informações são do Uol.

A empresa é uma sociedade entre Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras. A primeira detém 50,1% do capital votante da empresa, e a segunda possui 47% das ações com direito a voto. É uma gigante da produção de plásticos, com faturamento anual de R$ 96 bilhões.

Em 2019, a Odebrecht entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 98,5 bilhões. O processo é até o hoje a maior recuperação judicial do país em tamanho de dívida. O grupo baiano entrou em uma forte crise após os escândalos investigados pela Operação Lava Jato.

Com isso, a Odebrecht colocou sua participação na petroquímica à venda. As ações da Braskem são o ativo mais valioso do grupo, e se tornaram cruciais para sua recuperação. Elas foram dadas como garantia aos bancos Santander, Banco do Brasil, BNDES, Bradesco e Itaú por empréstimos de cerca de R$ 14 bilhões à Odebrecht.

Alguns meses antes, o Ministério Público Federal de Alagoas havia entrado com uma ação civil pública contra a Braskem. A ação inclui também suas controladoras e órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade nas minas de Maceió. O processo está em curso e tem valor R$ 27,6 bilhões.

Com a desistência dos holandeses, a estratégia de venda da petroquímica virou alvo de disputa entre Odebrecht e Petrobras. Na época, a petroleira tinha a intenção de se desfazer de ativos e queria vender a sua parte do negócio o quanto antes. A Novonor, porém, tinha a intenção de valorizar a empresa primeiro.

De acordo com o Uol, a petroleira de Abu Dhabi Adnoc apresentou uma proposta de R$ 10,5 bilhões pela fatia da Novonor no negócio. A empresa negocia também com a Petrobras, que, com a mudança de governo, agora considera ampliar sua participação na petroquímica.. A empresa vale cerca de R$ 14,2 bilhões na bolsa, na cotação do dia 7 de dezembro.

O risco de um colapso da mina em Maceió pode atrapalhar a venda. Há alguns dias, a Defesa Civil da capital alagoana emitiu um alerta para a possibilidade de colapso da mina de sal-gema número 18, no bairro de Mutante. Desde que a mina começou a afundar, em 2018, a Braskem já fez provisões de R$ 14,4 bilhões e, desse total, já desembolsou R$ 9,2 bilhões.

Fonte: bnews.com.br

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